Após um período de quase um mês de espera e debates acalorados entre a base e a oposição, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou nesta quarta-feira (19) o projeto de lei que concede reajuste salarial de 6,8% aos servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
A votação colocou em lados opostos o Legislativo e o Executivo, que já havia alertado para um possível colapso nas contas públicas caso o reajuste fosse aprovado e replicado para outros poderes.
Durante a discussão, os deputados da base do governo defenderam que o aumento criaria um "efeito cascata" inevitável, obrigando o Governo do Estado a ceder o mesmo índice a outras categorias, incluindo Tribunal de Contas, Ministério Público, Defensoria e a própria ALMT.
O líder do governo na Casa, deputado Dilmar Dal Bosco (União), já havia admitido a derrota dias antes, mas reiterou o impacto fiscal da medida:
"Pelo que eu estou percebendo, a maioria dos deputados concorda na aprovação. O que nós tentamos é colocar que não pode ser um reflexo para todas as outras categorias, que seja para o Tribunal de Contas, Ministério Público, Defensoria, Assembleia Legislativa e o próprio governo. Se for isso aí, vai dar um impacto de mais de R$ 2,3 bilhões."
Antes do início da sessão, a vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Nilza Maria Possas de Carvalho, esteve na Assembleia Legislativa e demonstrou otimismo em relação à votação.
"Eu acredito que vai ter a votação, porque já está em pauta, né? Eu acredito que não vai ter interrupção dessa votação. Eu confio nos deputados, acredito que eles vão votar hoje," declarou a desembargadora.
Possível veto
Com a aprovação na ALMT, o projeto segue agora para o governador Mauro Mendes (União), que deve vetar a proposta. Ele já disse várias vezes que é contra o reajuste, pois ocasionaria um impacto bilionário nos cofres públicos.






