O governador Mauro Mendes (União) criticou uma campanha iniciada por políticos e influenciadores digitais que defendem a demissão de trabalhadores que se manifestaram de forma favorável à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para o governador, é necessário que haja o respeito às opiniões contrárias e a discriminação por ideologia política é algo negativo.
“É muito ruim este tipo de discriminação contra brasileiros e brasileiras. Temos que respeitar a opinião das pessoas. Respeito quem pensa diferente, mas eu não penso assim. Na minha empresa, ou no governo, jamais vou demitir um prestador de serviços por ser de direita ou de esquerda”, afirmou.
Para Mendes, é fundamental que haja o respeito às diferenças e o direito das pessoas de emitirem suas opiniões. “Afinal de contas, isso é uma democracia”.
Embora tenha frisado que não ouviu nenhum tipo de manifestação neste sentido, a fala do governador confronta declarações recentes do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que defendeu as demissões. “Se eu fosse empresário, não demitiria nenhum esquerdista porque eu jamais contrataria um. Eu não posso contratar uma pessoa que já entra na minha empresa sendo meu inimigo, meu adversário”.
A Justiça do Trabalho tem atuado, desde 2022, para coibir o chamado assédio eleitoral. Por violar o direito à livre manifestação de pensamento e à dignidade, o Ministério Público do Trabalho (MPT) tem ingressado com diversas ações para coibir a prática.
Nesta semana, a influenciadora e corretora de imóveis Elaine Seibel, moradora de Sinop (500 km ao norte de Cuiabá), relatou em um vídeo publicado em sua rede social sobre as empresas alinhadas à direita começaram uma série de demissões de funcionários identificados com a esquerda nesta segunda-feira (25).
Segundo Elaine, as ações ocorreram de forma estratégica e estariam diretamente ligadas ao clima de polarização política gerado pelas recentes polêmicas envolvendo a prisão do ex-presidente.
"Hoje de manhã já começou a segunda-feira com demissões. De forma estratégica, logicamente, porque a direita não trabalha sem estratégia. Depois de muita polêmica, de muita gente se achando, comemorando a vitória de que o Bolsonaro tinha sido preso, agora começou as demissões", disse.
