Os olhos do mundo estão mais uma vez atentos ao cinema brasileiro. Após o sucesso de Ainda Estou Aqui, que trouxe o primeiro Oscar para o Brasil, é a vez de O Agente Secreto, filme de Kleber Mendonça Filho com Wagner Moura no elenco, conquistar a crítica internacional. O longa brasileiro esteve presente no Festival de Cannes, onde concorre à Palma de Ouro, e teve sua estreia mundial no domingo (18), sendo aplaudido de pé por 13 minutos.
Na crítica da Variety, um dos principais veículos com foco cultural dos Estados Unidos, o longa foi definido como um "superthriller". O texto destaca que Kleber tinha apenas 8 anos na época em que a trama se passa, mas mesmo assim ele "demonstra uma capacidade notável não apenas de recriar, mas de nos transportar [o público] de volta aquela época, com seu calor opressivo e paranoia".
O Deadline destacou em sua crítica que Wagner interpreta com "convicção" o protagonista do longa, revelando lentamente "que esconde mais do que deixa transparecer". O filme, no entanto, foi definido como "excessivamente longo" e "às vezes confuso", observações que também estão na crítica na Variety.
Já o The Hollywood Reporter considerou o filme uma produção "original emocionante". A atuação de Wagner foi um dos destaques da crítica, que diz: "Ele sempre foi um bom ator, mas Mendonça Filho o transforma em uma estrela de cinema". O trabalho do diretor brasileiro também foi exaltado: "Este novo longa é o seu ponto mais forte [de sua carreira] até agora e merece colocá-lo no ranking dos maiores cineastas contemporâneos do mundo".
Segundo o Screen Daily, O Agente Secreto é "um filme e tanto". A crítica descreveu o longa como "frenético e cheio de suor" e pontuou que ele conta com elementos visuais que "contribuem para a rica textura da sensação de tempo e lugar". Para a crítica, a produção "é uma mistura inesperada do gosto sangrento de Bacurau e da abordagem mais reflexiva do filme mais recente do diretor, o documentário Retratos Fantasmas".
Vale destacar que o longa debutou com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, site que agrega críticas e serve como termômetro de produções. A produção, que se passa no Recife dos anos 1970, é o terceiro longa do diretor que concorre ao prêmio, o mais importante de Cannes, depois Aquarius, em 2016, e Bacurau, em 2019.
O filme é um thriller político ambientado no Brasil de 1977, e acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que retorna a Recife após anos fora em busca de paz, apenas para descobrir que sua cidade natal esconde perigos e segredos inquietantes.