Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresenta nesta segunda-feira, dia 21, o projeto de criação da Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi) da Baixada Cuiabana da Embrapa. O evento de apresentação será às 15h, no auditório da Superintendência Federal do Mapa, em Várzea Grande (MT).
A nova Umipi será instalada no município de Nossa Senhora do Livramento (MT), em uma área onde funcionou a estação de pesquisa em piscicultura da Empaer. A Umipi será ligada à Embrapa Agrossilvipastoril, centro de pesquisa descentralizado da Embrapa com sede em Sinop (MT).
Os trabalhos desta Unidade Mista de Pesquisa e Inovação abrangerão uma região composta por 11 municípios na Baixada Cuiabana. Terá foco na agricultura familiar, em cadeias como fruticultura, olericultura, mandiocultura, piscicultura e sistemas produtivos como sistemas agroflorestais (SAF) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Além disso, também serão trabalhadas formas de agregação de valor da produção, por meio de certificações e selos, como o de indicação geográfica.
Modelo Umipi
Fortemente requisitada para estar presente nos diversos territórios e para atender aos novos desafios da agricultura brasileira, a Embrapa adota novos arranjos institucionais para inovação. Um dos modelos mais promissores é o de Unidades Mistas de Pesquisa e Inovação (Umipis), que consiste na cooperação com outras instituições por meio de compartilhamento da infraestrutura e de recursos humanos e financeiros. Eficiente, ágil e econômica, a estratégia permite atender a demandas importantes sem a necessidade de criação de novos centros de pesquisa.
Esse arranjo institucional foi iniciado em 2012, com a Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas (GenClima), criada pela parceria Embrapa e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Oito Umipis estão atualmente em operação.
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Baixada Cuiabana
A Baixada Cuiabana é uma região que abrange, além da capital Cuiabá, outros 11 municípios na região centro-sul do estado. Juntos eles somam 1.056.139 habitantes, o equivalente a 27,5% da população do estado.
Diferentemente da maior parte de Mato Grosso, onde predominam grandes propriedades rurais, 65% da área da Baixada Cuiabana é utilizada pela agricultura familiar, sendo que 41% dos estabelecimentos rurais possuem entre 10 e 50 hectares e 28% são menores do que 10 hectares, de acordo com o Censo Agropecuário.
Entre as atividades produtivas principais da região estão a pecuária, com pastagens ocupando 60% da área, sendo 28,9% de pastagens naturais; a fruticultura, a mandiocultura e a produção de hortaliças. Lavouras ocupam 8,3% da área, sendo 0,2% com lavouras perenes. Sistemas agroflorestais ocupam 3,3% da área e matas ou florestas naturais ocupam cerca de 25% da área.
A baixa altitude, somada ao clima quente e às características do solo, tornam a produção na região desafiadora, demandando pesquisas e validação de tecnologias. Por outro lado, a proximidade de mercado consumidor e o fato de Mato Grosso importar grande parte de hortifruti de outros estados, trazem uma oportunidade de desenvolvimento regional e fomento à agricultura familiar.
Ao longo dos últimos anos a Embrapa Agrossilvipastoril, localizada a 500km de Cuiabá, desenvolveu alguns trabalhos na região, com capacitação continuada de agentes de assistência técnica e extensão rural em cadeias como piscicultura, fruticultura, mandiocultura e olericultura. O lançamento de cultivares de frutas, como a banana da terra BRS Terra Anã, em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, e o projeto Fazenda Pantaneira Sustentável, da Embrapa Pantanal em parceria com a Famato, são outros exemplos de atuação da empresa de pesquisa na Baixada Cuiabana.