A Justiça manteve a prisão do casal Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, apontados como mandantes do assassinato do advogado Renato Gomes Nery, morto a tiros em julho de 2024. Os dois foram presos em 09 de maio deste ano, em Primavera do Leste, e transferidos para Cuiabá. A defesa da dupla solicitou liberdade provisória, mas o pedido foi negado pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).
Dezoito dias antes de ser executado, Nery procurou a OAB e registrou uma denúncia contra um colega de profissão. Renato acusou o colega de se apropriar e negociar áreas que totalizavam 2.579 hectares, que ele havia recebido como honorários de uma de reintegração de posse de uma terra localizada no leste do estado. Renato advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.
Durante as investigações, a Polícia Civil teria colhido provas sólidas do envolvimento do casal na disputa de terras que motivou a execução. Dois anos antes de sua morte, Renato e seu sócio conseguiram na Justiça o direito sobre uma das áreas. Julinere, porém, contratou um perito especialista em grafotécnica e documentoscopia, Cláudio Natal, para verificar possíveis inconsistências na documentação.
Segundo o perito, Nery teria falsificado as assinaturas do idoso proprietário daquela área de terra para ter a posse do mais de 2 mil hectares. Mais tarde, a falsificação teria sido reconhecida por peritos da própria Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado de Mato Grosso (Politec). Então, de acordo com a Polícia Civil, Julinere e Cesar mandaram matar o advogado.