O cooperativismo de crédito tem se consolidado como um dos principais vetores de
desenvolvimento econômico e social no Brasil. Ao oferecer acesso democrático ao
crédito e fomentar o crescimento local, as cooperativas desempenham um papel
fundamental na inclusão financeira e na redução das desigualdades. O estudo
“Impactos do Cooperativismo de Crédito”, conduzido pelo Sistema OCB e pela
Fundação Fipe, apresenta dados que evidenciam a relevância desse modelo na
dinamização da economia, na geração de empregos e no fortalecimento das
comunidades onde atuam.
Segundo o levantamento, as cooperativas de crédito possuem uma presença
significativa no Brasil, atuando em mais de 98% dos municípios e atendendo a 17,3
milhões de associados. O impacto econômico dessas instituições é expressivo: o
crédito concedido por cooperativas gera um efeito multiplicador de R$ 2,56 na
economia para cada R$ 1,00 concedido, impulsionando o consumo, o investimento e a
geração de empregos.
Além disso, no mercado de trabalho, a atuação das cooperativas contribui para a
criação de empregos formais e para o fortalecimento da renda local, promovendo
maior estabilidade econômica nas regiões atendidas.
Nos últimos anos, houve uma expansão significativa do número de cooperados e da
atuação das cooperativas em regiões historicamente menos assistidas pelo sistema
bancário tradicional. Esse crescimento evidencia a capacidade do cooperativismo de
suprir lacunas deixadas pelo modelo financeiro convencional, ampliando o acesso ao
crédito e oferecendo soluções mais adaptadas às necessidades dos cidadãos.
Entretanto, o avanço do cooperativismo também impõe desafios. A necessidade de
fortalecer a governança, garantir maior transparência na gestão e ampliar a
capacitação dos cooperados são pontos estratégicos para assegurar a
sustentabilidade do modelo. O estudo indica que políticas públicas voltadas ao
estímulo das cooperativas podem potencializar ainda mais seus resultados, criando
um ambiente regulatório favorável e incentivando práticas inovadoras no setor.
Os dados apresentados pelo Sistema OCB e pela Fundação Fipe evidenciam que o
cooperativismo de crédito representa um vetor relevante para o desenvolvimento
econômico e social do Brasil. Seu impacto na democratização do crédito, na inclusão
financeira e na geração de oportunidades demonstra a importância de fortalecer e
expandir esse modelo.
Diante dos desafios e oportunidades apontados pelo estudo, é essencial que
sociedade, setor produtivo e governos atuem de maneira integrada para garantir que o
cooperativismo continue desempenhando seu papel como agente transformador. Uma
política econômica progressista exige modelos que coloquem o cidadão no centro da
gestão e promovam crescimento sustentável com responsabilidade social e ambiental.
Luiz Henrique Lima é professor e conselheiro independente certificado.